Coluna de Ciências

Dolly: 20 anos depois e a eleição!

Se quiser vender, convencer ou ensinar siga os pensamentos de Piaget: só se aprende, compra ou assimila-se aquilo que nos dá prazer ou temos necessidade para sobreviver ou lucrar. Em palavras mais cruéis, é quase o mesmo que Freud disse: o que move o mundo é sexo e dinheiro, nada mais! Por muito tempo tentei achar que Freud estava equivocado e em tudo que procurava explicação, eis que estava lá: sexo ou dinheiro. Exceções contrastam com a regra geral: valorizemos!

Este mês faz 20 anos que Dolly foi clonada a partir de uma célula de mama e assim foi chamada por causa da cantora, compositora e atriz Dolly Rebecca Parton pelos seios fartos e famosos na música country. Se pensava, na época, que nenhuma célula adulta poderia dar origem a uma outra célula diferente, era imutável! Quebrou-se este paradigma com a clonagem de Dolly pela técnica da “transferência somática de núcleo”. Paradigmas existem para ser quebrados, esta é sua razão de ser! Ela foi o primeiro mamífero clonado geneticamente!

Pra que clonar humanos? Por que desistimos disto? Além de caro e desnecessário, não tem nada prazeroso. Depois do entusiasmo inicial, percebeu-se que clonar não dispensa a necessidade de educar o clone, vestir, dar saúde e direitos trabalhistas que todos querem para si, mas não para o outros. Enquanto houver China, Sudeste Asiático, África e América Latina para que clonar? Ter-se-á escravos diretos e indiretos por muitas décadas e usá-los é muito barato e ainda pode-se travestir isto como bondade, caridade, respeito, oportunidade e globalização. As condições de vida dos trabalhadores nestes locais são impressionantemente ruins, desumanas, incluindo crianças, grávidas e velhinhos.

Se contarmos alimentação, saúde, transporte, vestimentas e moradia é inviável ter escravos na senzala. É muito mais barato simular liberdade, direitos, competição e deixá-los à vontade para que se conflitem entre si nas feiras, supermercados, centros de compras e estádios. Fica muito mais barato oferecer um salário do que pagar pelas suas necessidades mínimas!

O capitalismo selvagem visa o lucro e o seu oposto é o socialismo que se tem nos países escandinavos como a Islândia, Noruega, Dinamarca, Suécia, Finlândia e muitos outros locais, nos quais o estado deve servir para dar o bem estar à população, apenas para isto! Às vezes percebo confundirem socialismo com comunismo e não tem nada a ver. Os mais ignorantes ou maldosos chegam a classificar Obama e Hillary como comunistas e merecem ter os Trumps e Bolsonaros como seus ídolos!

Comunismo pregou uma “utopia” igualitária que resulta em ditadura desumana como China, Vietnã e Coreia do Norte. Ditadura é sempre desumana independente da natureza política e econômica. O oposto de comunismo/ditadura é a democracia, o menos ruim dos regimes políticos por que dá liberdade de mudar os governantes escolhidos anteriormente, em contínuo ciclo de erramos/trocamos a cada eleição! Ouço “democratas” juramentados elogiando a China, com seu modelo comunista e escravocrata, e que “usufruem” e participam economicamente deste processo malvado. Só restam duas alternativas: é má fé ou ignorância!

A maior virtude da democracia é permitir a troca pelo voto legítimo, não é a oportunidade de escolher o melhor! A democracia parece dar o aprender crescente na escolha de dirigentes, mas as gerações se renovam. Os discursos dos candidatos são iguais, quase todos usam igrejas para propagandear, aplicam verbas públicas ilegais nas campanhas, não têm discurso sincero de pensamentos traduzidos em palavras explícitas. Quase todos mentem descaradamente, e nunca se posicionam, a favor ou contra nada, antes das eleições!

Foram-se 20 anos da clonagem de Dolly! Percebeu-se que clonar gente não resolvia os problemas. Poderíamos deixar de clonar os mesmos candidatos e partidos nas cédulas eleitorais e trocar os próximos governadores, prefeitos, vereadores e deputados. Não vale a pena clonar o voto anterior, vamos trocar! Isto te dará muito prazer no dia da posse e sentirá em vantagem social e econômica do diferente ao tentar um novo jeito de conduzir as coisas públicas. Viva Piaget!