Coluna de Ciências

Como é gostoso o sabor de saber !

Aprender é fácil. Vencedor é aquele que todo dia consegue desaprender e reaprender alguma coisa, sem sofrimento ou estresse. Essa é a diferença entre o comum e o genial, o chato infeliz e o alegre contagiante. Chatos não vencem, alcançam objetivos por métodos que nem valem a pena listar!

Há uma invasão ou epidemia de chatos, reclamões, infelizes, mal amados e eternos insatisfeitos. De onde vem esta gente ou seriam ETs?! Tenho andado com uma prancheta virtual para registrar dados e os resultados são assustadores. Em quase todas as rodas os assuntos predominantes são: reclamações, vida alheia, doenças, morte e comida. Não se fala outra coisa. Tudo junto formam a “Síndrome da Cabeça Vazia” caracterizada pela atrofia cerebral associada a antipatia com sinais evidentes de frustração sexual.

Alguns palpiteiros insistem em dizer que esta síndrome afeta os mais novos. Que nada! Afeta todas as idades. O pior que os portadores desta doença social acabam se vestindo muito mal, não cuidam da pele e cabelos e acabam ficando muito feios fisicamente. Os que acharem um exagero, fiquem sentados no banco do shopping por uma hora: reparem em quem passa! Notem as caras, os corpos, as roupas, os jeitos e a forma de conversar com o outro: tô de cara, eles diriam! Falam alto, ditam palavrões e soltam grosserias a cada minuto!

Procuro neste trabalho incessante de observação classificar os indivíduos em três tipos: 1) Pessoas inteligentes e de bem com a vida que conversam sobre ideias, pensamentos e projetos, 2) Cabeças medianas que falam de objetos, coisas e compras, e, 3) Pobres de espírito que conversam apenas sobre pessoas e vidas alheias. Experimente nas rodas e mesas, repare e classifique também as pessoas: um exercício e tanto para se fazer depois uma autocrítica! E você: qual é o seu tipo?

Mas tem um quarto tipo de pessoas que não consigo classificar: eles não falam de nada, apenas dizem aham, ehh, pode ser, fazem caretas, até dão gargalhadas e acompanham os demais: quase são amorfos, insípidos e inodoros, talvez. Pelo menos respiram. Este quarto tipo se vê muito em restaurantes e pizzarias, quase sempre em pares, não pegam na mão, não se olham, chegam na mesa não conversam, não se relacionam e de vez em quando pegam no celular. Sem diálogo, sem carinho, sem afeto, sem olhar! Pagam a conta e vão embora! No vídeo de meu radar não detecto nada: sem picos, colunas ou registros!

Tenho impressão que estas pessoas estão esperando o dom ou o talento chegar! Lento demais ou tá lento, o dom não se manifesta gratuitamente, apenas com muito trabalho, treinamento, dedicação e merecimento. Todos ganhamos as mesmas potencialidades, e exceto por doenças, todos poderemos lutar e chegar onde pretendemos.

Bill Gates iniciou-se aos 13 anos e fez milhares de programas antes de criar sua empresa. Pelé treinava muito mais que os outros com chutes a longa distância e pontaria. Einstein de 16 a 26 anos só estudava a luz. Os Beatles fez 1200 apresentações de 1957 a 64, antes do sucesso obtido. Madonna ainda dança 8h por dia e ganhou mais de 8 Grammy e uma fortuna pessoal. Nada é dom, nada vem gratuitamente!

No livro Fora de Série “Outliers”, Malcolm Gladwell criou a teoria das 10 mil horas. Ninguém será virtuoso, maravilhoso, competente e líder no que faz sem que tenhas um treinamento de pelos menos 10 mil horas. Já revirei biografias: é verdade! Segundo ele, para o sucesso na vida será fundamental: 1) Inteligência e cultura, 2) trabalho e treinamento, 3) Persistência e tenacidade na adversidade, 4) Apoio familiar ou de amigos, 5) Habilidade social e sensibilidade, e, 6) Um pouco de sorte.

Já disseram muitas vezes que meu cérebro é privilegiado por saber as causas dos processos, interpretar o conhecimento, o significado das palavras e algumas outras coisas! Eu apenas respondo que não, que privilegiados no meu corpo são os músculos. Como assim? perguntam. Frente a uma dúvida ou a uma ignorância, não me conformo, levanto na hora e vou aos livros, ao computador e outras fontes de informações. O adiar é o vizinho do não fazer. Meu sossego só vem depois que aprendo ou reaprendo e aí relaxo gostoso no sabor de saber!

Falar de boca cheia é feio, mas falar de cabeça vazia é bem pior!